sexta-feira, 5 de março de 2010

Simplesmente Nina

Faz uns 10 anos que esta meiga criatura apareceu na minha vida... coisa de destino... de acaso...
Eu tinha perdido meu cão Roy e o estava procurando na região... passei por uma lixeira, daquelas grandes, lotada e ela estava embaixo dela... camuflada, pois era da mesma cor dos sacos... não a teria percebido se não fosse um moleque idiota te-la chutado e ela que já estava machucada chorou...
Não tive dúvidas... dei um chute também no menino e a resgatei...
Coitadinha tão frágil... desnutrida e com uma fratura exposta na pata traseira... sem forças nem para reclamar da dor que deveria estar sentindo...
Nina não foi um nome pensado... surgiu porque eu a chamava de menina...
A rotina se tornou procurar meu cão perdido e cuidar dela...
Encontrei meu cão depois de 20 dias de busca... com faixas na rua... panfletos.. anúncio em rádio e até carro de som na rua... e continuava a luta para que Nina andasse em quatro patas...
Me partia o coração cada ida no veterinário... onde ele esticava a perna dela... até estralava.
Não sei se sabem... mas não se pode engessar perna de cachorro... senão cicatriza e solidifica assim e ele perde os movimentos... cães quando se machucam encolhem a pata por instinto... e sem tratamento ela pode ficar assim definitivamente... por isso o médico esticava a perninha dela... e ela gemia...
Eu, com meus poucos conhecimentos na área... mas não querendo que ela passasse mais por isso... tive uma idéia... envolvi um peso em um tecido... prendia na parte debaixo da pata dela onde não estava machucado e saia com ela para andar... assim como quando fazemos musculação e só sentimos o peso forçando após algum tempo... foi o que aconteceu com Nina... o peso forçava ela a pisar no chão e com isso se curou...
Depois de ambientada com Roy... aconteceu o inevitável... filhotes... filhotes lindos e fofos... foram 2 ninhadas com 5 em cada... porém todos puxaram ao pai que era cinza... filhotes que fazem a alegria de meus amigos até hoje...
Tempo passou... Royzinho se foi após 18 anos de vida... e o peso da idade chegou para Nina também... perdeu alguns dentes e o pelo escureceu um pouco.
Apareceram tumores... e como ela não sentia dor e correria risco se operasse.. dei preferência que ela vivesse bem pelo tempo que Deus permitisse.
Senti a necessidade de escrever este relato hoje... sinto que está chegando a hora de nos separarmos... faz alguns dias que ela não está bem... já não tem firmeza nas patas... não posso nem pega-la no colo porque esta dolorida genericamente... mas mesmo assim fica aqui deitada ao meu lado... me fazendo companhia e me dedicando olhares de ternura...
Nina... minha cã... minha amiga... minha companheira... minha filha.
Te amo Nina... sempre vou te amar... e sei que é recíproco e verdadeiro seu sentimento por mim...

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