sexta-feira, 2 de abril de 2010

Simplesmente Pablo Neruda

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
Ou flecha de cravos que propagam fogo,
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e
Leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores.
E graças a teu amor, vive oculto em meu
Corpo o apertado aroma que ascende da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde.
Te amo diretamente, sem problemas nem orgulho.
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim, deste modo, em que não sou nem és.
Tão perto que tua mão sobre meu peito é minha.
Tão perto, que se fecham teus olhos com
Meu sonho...

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